“Somos Mulheres de Coragem” chega ao Recife com foco em justiça climática e de gênero

A capital pernambucana recebe, nesta semana, a 13ª edição da campanha nacional “Somos Mulheres de Coragem”, promovida pela ONG Diaconia. Com o lema “Um Grito Pelo Clima”, a iniciativa busca mobilizar mulheres cristãs de diferentes tradições religiosas para o enfrentamento às violências de gênero e aos impactos das mudanças climáticas. O primeiro encontro foi realizado na última terça-feira, dia 6 de maio, às 14h, no Exército da Salvação da Torre, no Recife, e outro aconteceu na última quarta, dia 07, em Jaboatão.


A campanha já passou pelo sertão de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, e agora realiza atividades no Recife e na Região Metropolitana durante os meses de maio e junho. O objetivo é dar visibilidade às mulheres negras, periféricas e em situação de vulnerabilidade, que estão entre as mais afetadas pelas crises socioambientais. Segundo a PNAD Contínua, 59,4% dos 21,6 milhões de domicílios em insegurança alimentar no Brasil são chefiados por mulheres.

Além disso, os dados sobre violência de gênero seguem preocupantes: o Brasil registrou 1.450 feminicídios em 2024, e nove mulheres são vítimas de estupro por hora, conforme o Ministério da Justiça. A campanha da Diaconia pretende fortalecer o protagonismo feminino, promovendo escuta, diálogo, espiritualidade e incidência política.

Um dos marcos simbólicos da edição será a produção de cartas públicas direcionadas à Ministra Marina Silva, cobrando políticas que unam justiça ambiental e de gênero. Também será elaborada a Carta das Mulheres de Coragem e de Fé a Deus, reunindo preces, denúncias e esperanças com base na fé cristã.

Os próximos encontros acontecerão San Martin (14/05), Olinda (27/05), Paulista (28/05) e Fortaleza (04/06). Além das reuniões presenciais, estão previstas rodas de conversa, oficinas formativas e ações nas redes sociais. A campanha se alinha à COP 30, que será realizada no Brasil em 2025, e aos 10 anos da encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco. A proposta é inspirar ações concretas que articulem justiça social, ambiental e de gênero em comunidades de fé.

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