Envelhecimento populacional em Pernambuco impulsiona novos desafios e oportunidades

Pernambuco deve enfrentar uma transformação demográfica significativa nas próximas décadas. Atualmente, o estado ocupa a 13ª posição entre os que possuem maior população idosa, com 10,8% de seus habitantes acima dos 65 anos. Contudo, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa proporção deve quase triplicar até 2070, chegando a 31,3%. Para cada 10 pessoas em idade produtiva, haverá quase nove fora dessa faixa.


Esse envelhecimento acelerado impõe desafios sociais e econômicos, mas também abre oportunidades. A chamada “economia prateada”, voltada ao consumo da terceira idade, ganha espaço, impulsionada pelo poder aquisitivo desse público. No estado, a renda média dos idosos é de R$ 2.242 mensais, 16,6% acima da média geral da população, conforme dados do IBGE. Embora esse valor seja o quarto mais baixo do país, reflete uma capacidade de consumo crescente, que já representa 20% do mercado nacional, segundo o Sebrae.

As instituições financeiras têm ampliado suas estratégias para atender a esse público. No Sicredi em Pernambuco, por exemplo, 22% dos associados têm 60 anos ou mais. A cooperativa investe em educação financeira para idosos, abordando temas como planejamento da aposentadoria, investimentos e proteção patrimonial. Os conteúdos são desenvolvidos de forma acessível, considerando as particularidades dessa geração.

Outro foco é a oferta de linhas de crédito diferenciadas, voltadas para necessidades específicas dos idosos, como adaptação residencial, tratamentos de saúde e previdência privada. “Ao adotar uma política de relacionamento voltada a esse público, fortalecemos todo o sistema cooperativo”, afirma Ana Paula Medeiros, coordenadora do Ciclo de Crédito na Central Sicredi Nordeste.

A inclusão digital também é uma prioridade. O Sicredi implementa recursos de acessibilidade em suas plataformas para facilitar o uso por idosos, enquanto amplia sua rede de atendimento presencial, ao contrário dos bancos tradicionais, que vêm fechando agências.

“O envelhecimento populacional não deve ser visto apenas como um desafio, mas como uma oportunidade para desenvolver soluções financeiras mais inclusivas e sustentáveis”, destaca Erli Bandeira, consultor de Negócios da Central Sicredi Nordeste. Segundo ele, produtos como seguros e planos de previdência privada adaptados para essa faixa etária garantem mais segurança e autonomia financeira aos idosos, fortalecendo sua participação na economia local.

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