O aumento do percentual de etanol na gasolina, que passou de 27% para 30%, não deve impactar significativamente o consumo dos automóveis, segundo especialistas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) Pernambuco. A decisão, anunciada pelo Ministério de Minas e Energia após testes de viabilidade, busca trazer benefícios ambientais sem comprometer a eficiência dos veículos.
De acordo com Luana Pontes, consultora técnica em energia do SENAI, a mudança na composição do combustível não será percebida pela maioria dos motoristas. Isso porque o etanol possui uma densidade energética 30% menor que a da gasolina, o que faz com que sua queima seja mais rápida. “A diferença de performance é mínima, pois o aumento foi de apenas 3 pontos percentuais. No entanto, quem roda muito, como motoristas de aplicativo e viajantes frequentes, pode sentir um leve impacto no consumo”, explica.
Os donos de veículos fabricados antes de 2009 devem redobrar a atenção. Segundo Edelson Alexandre, especialista em automotiva do SENAI, esses carros podem sofrer maior corrosão devido ao aumento do etanol. “O álcool é mais corrosivo que a gasolina, podendo danificar peças como válvulas injetoras, tanque, bomba de combustível e sistema de escape ao longo dos anos. A recomendação é manter a manutenção sempre em dia”, alerta.
Do ponto de vista ambiental, o benefício do aumento do etanol é evidente, embora ainda não tenha sido quantificado. Maria Luiza França, especialista ambiental do SENAI, destaca que o crescimento do uso de biocombustíveis reduz a emissão de gases de efeito estufa. “É um avanço para a matriz energética do país, mas deve ser acompanhado de uma produção sustentável para evitar impactos como desmatamento e uso excessivo de recursos naturais na cultura da cana-de-açúcar”, ressalta.
Com a nova composição, o Brasil reforça seu compromisso com combustíveis renováveis, mantendo o equilíbrio entre eficiência energética e sustentabilidade.
* Com informação da Assessoria