Até o próximo dia 12 de junho, o bairro de Santo Amaro, no Recife, recebe o projeto Sabor da Igualdade, uma iniciativa que alia culinária, comunicação e direitos humanos para fortalecer o empreendedorismo de mulheres da periferia. A ação acontece na sede do grupo Mulheres de Luta de Ponte do Maduro, na Rua Artemis, sempre às 14h.
Idealizado pelas jornalistas Germana Pereira e Marcionila Teixeira, o projeto selecionou 15 moradoras da comunidade para participar gratuitamente de oficinas que misturam prática culinária com reflexões sobre racismo estrutural, machismo e desigualdade de gênero.
O ponto de partida da formação é o preparo do tradicional doce Nego Bom, cuja origem remonta ao período da escravidão. Durante o aprendizado, a cozinheira Jaci Lima compartilha saberes sobre a receita e discute, com as participantes, os impactos do racismo na vida das mulheres negras das periferias.
Além da oficina culinária, a programação inclui atividades de capacitação empreendedora, com apoio do programa Tá com Elas – o Crédito é da Mulher, da Prefeitura do Recife. O serviço oferece mentorias, conteúdos acessíveis sobre gestão financeira, precificação e marketing digital.
Outro destaque é a oficina de comunicação pelos direitos humanos, que propõe um olhar crítico sobre como certos discursos perpetuam estigmas sociais. As participantes aprenderão também técnicas de criação de conteúdo para redes sociais, com dicas de fotos, vídeos e narrativas de vendas.
Para as organizadoras, cada doce produzido carrega uma história. “Queremos mostrar que, quando essa história é contada com autenticidade, o doce deixa de ser só um produto e passa a ser instrumento de resistência e emancipação econômica”, afirma Germana Pereira.
O Sabor da Igualdade é uma realização da Tangram Cultural, com incentivo do SIC/Fundação de Cultura Cidade do Recife, Secretaria de Cultura e Prefeitura do Recife.
Com informação da Assessoria e imagem de Evelyn Soares