O Recife Antigo foi palco, neste sábado (9), de uma mobilização em defesa da paternidade ativa e da ampliação da licença paternidade no Brasil. A chamada Passeata da Lei do Pai Presente reuniu pais, mães, crianças, familiares e apoiadores em um ato simbólico, que teve concentração às 10h, em frente ao Shopping Paço Alfândega, no Cais do Alfândega.
Vestidos de branco, os participantes caminharam pelo bairro histórico carregando cartazes e entoando palavras de ordem que pediam mudanças legislativas e culturais. O movimento, organizado por ativistas sociais e famílias engajadas, teve como foco duas pautas centrais: a valorização do pai participativo e a criação de uma licença paternidade mais justa e eficiente no país.
Atualmente, a legislação brasileira garante apenas cinco dias corridos de licença para os pais, o que, segundo os organizadores, inviabiliza um vínculo inicial consistente entre pai e bebê. Durante a passeata, manifestantes destacaram que essa limitação contribui para afastar os homens do cuidado diário, sobrecarregar as mães e reforçar desigualdades estruturais nas famílias.
A mobilização também buscou romper com padrões culturais que ainda associam o cuidado infantil exclusivamente às mulheres. Para os participantes, a paternidade precisa ser encarada como um compromisso afetivo e cotidiano, e não como uma função secundária ou opcional.
O evento teve caráter pacífico e contou com famílias inteiras, desde bebês de colo até avós. Além das falas dos organizadores, houve momentos de interação, música e manifestações artísticas que reforçaram a mensagem central: “Um pai presente muda o destino de uma criança”.
Segundo Deco Guimarães, um dos organizadores, a luta vai além da ampliação da licença. “É sobre mudar mentalidades, incentivar a presença ativa e amorosa dos pais e garantir que isso seja um direito e não um privilégio”, afirmou.
Ao final, os participantes reforçaram a importância de pressionar o poder público para discutir e aprovar leis que ampliem o tempo de licença paternidade e incentivem políticas de igualdade no cuidado infantil.
A passeata terminou no próprio Cais do Alfândega, com um abraço coletivo simbolizando a união pela causa.
Com informação da Assessoria e imagem de Reprodução/ Freepik