O
recente caso de infecção por HIV em pacientes que receberam
transplantes de órgãos no Rio de Janeiro causou preocupação em todo o
Brasil, especialmente pela gravidade dos fatos. Com a repercussão do
incidente, surgiram preocupações sobre a segurança do Sistema Brasileiro
de Transplantes de Órgãos. Entretanto, o hepatologista Cláudio Lacerda,
diretor do Programa de Transplante de Fígado do Hospital Universitário
Oswaldo Cruz (UTF/HUOC/UPE/IMIP), ressaltou que o sistema brasileiro é
robusto e confiável. “O que aconteceu foi muito sério e merece uma
investigação rigorosa, mas não deve abalar a confiança em um sistema que
já salvou milhares de vidas no país”, afirmou o médico, que também é
presidente da Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de Fígado (
Apaf).
O
Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do mundo, atrás
apenas dos Estados Unidos. O destaque deve ser o Sistema Único de Saúde
(SUS), que oferece atendimento completo aos pacientes, desde exames
preparatórios até os medicamentos necessários após o transplante. “Nosso
sistema é respeitado internacionalmente. A doação de órgãos oferece uma
nova chance de vida e melhoria na qualidade de vida para milhares de
pessoas”, destacou Lacerda.
Em
Pernambuco, mais de 3.000 pacientes aguardam por transplantes, conforme
dados da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE). Desses, cerca
de 146 esperam por um fígado. A Unidade de Transplante de Fígado do
Hospital Universitário Oswaldo Cruz (UTF/HUOC/UPE/IMIP) é uma referência
nacional, tendo realizado 1.776 transplantes em seus 25 anos de
existência. Lacerda também enfatizou a importância do apoio oferecido
pela Apaf, que garante assistência psicossocial gratuita a pacientes e
seus familiares.
Segundo
o Ministério da Saúde, atualmente 44.777 pessoas esperam por um órgão
no Brasil, sendo o mais demandado, com 41.395 pacientes na fila. O
fígado é o segundo mais requisitado, com 2.320 pessoas aguardando,
seguido pelo coração, com 431 pacientes.
* Com informação e imagem de Assessoria