Com o encerramento da campanha Outubro Verde, dedicada à conscientização sobre a sífilis, a ONG Gestos — Soropositividade, Comunicação e Gênero — reforça que o combate à infecção deve ocorrer durante todo o ano. A instituição alerta para a necessidade contínua de testagem, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, já que a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode ser assintomática e, portanto, muitas vezes negligenciada.
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar em diferentes estágios, com sintomas que surgem e desaparecem, o que dá a falsa impressão de cura. Sem o tratamento adequado, a doença pode evoluir e causar complicações graves, como lesões ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Em casos mais avançados, pode levar à morte.
A Gestos, que há 32 anos atua na defesa dos direitos humanos e na promoção da saúde sexual e reprodutiva, oferece gratuitamente testagem e aconselhamento para HIV, sífilis e hepatites B e C. O atendimento é voltado principalmente a jovens e pode ser agendado pelos telefones (81) 3421-7670 ou (81) 9 8709-3999 (WhatsApp). A instituição fica na Rua dos Médicis, 68, no bairro da Boa Vista, centro do Recife.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2025, do Ministério da Saúde, a doença ainda é um grande desafio de saúde pública no país. Em 2024, foram registrados 256.830 casos de sífilis adquirida no Brasil, com taxa de detecção de 120,8 por 100 mil habitantes. Em Pernambuco, os casos cresceram 9,28% entre 2023 e 2024.
A Gestos alerta que existem três tipos de sífilis: adquirida, em gestantes e congênita. A primeira é transmitida por relação sexual sem preservativo; a segunda ocorre durante a gestação; e a congênita, quando a infecção passa da mãe para o bebê, pode causar abortamento, parto prematuro e até a morte do recém-nascido.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento dos casos está ligado à baixa percepção de risco, ao pouco conhecimento sobre a doença e ao estigma que ainda envolve as ISTs. Para a Gestos, a informação e o acesso ao diagnóstico são fundamentais para interromper a cadeia de transmissão.
“Testar-se é um ato de cuidado e responsabilidade. A sífilis tem cura, mas o tratamento só é eficaz se a infecção for identificada a tempo”, reforça a instituição. O uso da camisinha, a realização periódica de exames e o acompanhamento médico são as principais formas de prevenção.
Com informação da Assessoria e imagem de Divulgação/ ONG Gestos