Caatinga ganha destaque como aliada no combate ao aquecimento global

Conhecida historicamente pela aparência seca e vegetação esparsa, a Caatinga começa a ganhar novo protagonismo ambiental. Estudos recentes revelam que o único bioma 100% brasileiro é altamente eficiente na captura de dióxido de carbono (CO₂), destacando-se como um importante aliado no enfrentamento das mudanças climáticas. A descoberta impulsionou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a ampliar suas ações de preservação e desenvolvimento sustentável no Semiárido.


A vegetação da Caatinga, adaptada ao clima seco, surpreende pela sua capacidade fotossintética. Quando chove, as plantas rapidamente “acordam”, crescem e absorvem grandes quantidades de CO₂ em pouco tempo. Segundo o professor John Elton Cunha, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o bioma se destaca pela eficiência em ciclos sazonais, superando inclusive outras florestas tropicais em certos aspectos.

Desde 2010, o Observatório Nacional da Caatinga monitora esse processo, revelando que áreas mais úmidas do bioma podem capturar até 5 toneladas de carbono por hectare ao ano. Já nas regiões mais secas, o sequestro varia entre 1,5 e 2,5 toneladas. Em termos de eficiência, a Caatinga retém cerca de 45% do CO₂ capturado — a maior taxa já registrada entre os ecossistemas estudados.

Diante dessa relevância, a Sudene incluiu a preservação da Caatinga como prioridade no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) e investe em projetos com foco na bioeconomia, como a Rede Impacta Bioeconomia, em parceria com universidades federais. O objetivo é transformar a biodiversidade local em fonte de renda sustentável, valorizando saberes tradicionais e promovendo inovação.

Com mais de 4.900 espécies de plantas e 1.180 espécies animais exclusivas, a Caatinga representa um patrimônio natural estratégico, que agora ganha voz em fóruns internacionais como a COP30. Para a Sudene, preservar esse bioma é preservar o futuro do Brasil.

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