No Dia Mundial da Diabetes, celebrado em 14 de novembro, médicos e instituições de saúde reforçam o alerta para o pé diabético — uma das complicações mais graves e silenciosas da doença. Responsável por milhares de amputações todos os anos no Brasil, o problema é consequência de feridas e infecções que evoluem rapidamente, sobretudo quando não há diagnóstico precoce ou cuidados regulares. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que, somente em 2022, o país registrou mais de 10 mil amputações relacionadas ao diabetes, o equivalente a 28 procedimentos por dia, revelando um cenário preocupante e ainda subestimado pela população.
Segundo a ortopedista em pé e tornozelo do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Recife (IOT), Dra. Zaira Pinto, o maior risco está justamente no atraso para buscar atendimento. “A maioria dos pacientes só procura ajuda quando já existe uma ferida avançada ou uma infecção grave. Nesse estágio, as chances de amputação aumentam significativamente. Nosso papel é atuar antes, orientando e avaliando os pés de forma regular”, destaca a especialista. A neuropatia periférica — que reduz a sensibilidade nos pés — e a má circulação são fatores que tornam o paciente diabético ainda mais vulnerável. Sem sentir dor ou incômodos, pequenos machucados podem passar despercebidos e evoluir em poucos dias.
Estudos brasileiros apontam que entre 40% e 70% das amputações não traumáticas de membros inferiores estão ligadas ao pé diabético, reforçando que a prevenção continua sendo o caminho mais eficaz. Dra. Zaira ressalta que medidas simples podem fazer diferença: “Inspecionar os pés diariamente, usar calçados adequados, evitar andar descalço e procurar atendimento diante de qualquer ferida são atitudes fundamentais. Além disso, manter a glicemia controlada e seguir o acompanhamento médico são passos decisivos para evitar complicações circulatórias e infecciosas”.
A data internacional dedicada ao tema reforça que amputações não são inevitáveis. Com informação, diagnóstico precoce e cuidados diários, é possível preservar a autonomia, a mobilidade e a qualidade de vida das pessoas com diabetes. “Cada machucado ignorado ou consulta adiada pode transformar um pé apenas sensível em um caso grave. A prevenção continua sendo nossa maior arma”, conclui a especialista.
SERVIÇO
Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Recife (IOT)
Endereço: Av. Agamenon Magalhães, 4760 – Paissandu – Recife – PE
Instagram: @iot.recife
Com informação da Assessoria e imagem de Divulgação/ IOT
