Moda Favelista celebra inventividade e ancestralidade na Ilha de Joana Bezerra

O talento e a potência criativa das periferias do Recife voltam à cena neste domingo (19), a partir das 14h, com a 2ª edição do Desfile Moda Favelista, na Academia da Cidade do Coque, na Ilha de Joana Bezerra. Idealizado e curado pela multiartista e arte-educadora Nilza Lima, o evento reafirma a moda como um ato político e ferramenta de transformação social. Unindo arte, performance, ancestralidade e direitos humanos, o desfile se consolida como um dos movimentos mais potentes de valorização da estética periférica no estado.


Mais do que um evento de moda, o Moda Favelista funciona como uma plataforma de visibilidade para jovens criadores e artistas autodidatas. “Cada passarela, cada look, cada corpo é afirmação de vida — é um ato político que atravessa gerações e transforma realidades”, destaca Nilza, que também é gestora do Verdin Ateliê, coletivo responsável pela produção do festival.

A edição de 2025 expande o conceito original e ganha formato de festival multicultural, com a inclusão da Feira Empodera Preta, voltada ao fortalecimento da economia criativa e de marcas periféricas. “São criadores e criadoras que, pela primeira vez, terão a oportunidade de realizar um desfile autoral em diálogo com nomes já reconhecidos do mercado, como o editor de moda Nestor Manedes, responsável pela oficina de styling e produção”, explica Nilza.

A programação também inclui apresentações artísticas e musicais com Deox, que convida Black Hall e Ral MC; Lety, com participação de Trem7 e Cosmos; e Say Lee, que divide o palco com Mirella Fernanda. A discotecagem fica por conta da DJ Gabi Lima, e uma atração surpresa será revelada no dia do evento. A apresentação é da performer Nanny Nagô.

Antes do desfile, o Verdin Ateliê promoveu formações de criadores de moda da Região Metropolitana do Recife, valorizando saberes ancestrais e técnicas manuais que sustentam a moda periférica. “O Moda Favelista ilumina o que já existe nas favelas — práticas e talentos que há muito tempo constroem cultura, mas sem visibilidade”, reflete Nilza.

Para a curadora, o festival representa mais que um desfile: é um ato de resistência e celebração da negritude e da diversidade. “Com o Moda Favelista, a favela reivindica o direito de contar sua própria história — com estética, potência e verdade. Cada passo na passarela é uma caminhada de quem veio de longe e segue indo”, conclui.

O projeto foi contemplado pelo edital Categoria Multilinguagens da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura de Pernambuco (PNAB/PE), numa parceria entre o Governo do Estado e o Ministério da Cultura, com produção do Verdin Ateliê e apoio do Coque Conecta.

Serviço
2ª edição do Desfile Moda Favelista
19 de outubro de 2025, a partir das 14h
Local: Academia da Cidade, unidade Joana Bezerra (Coque)
Atrações: Deox, Lety, Say Lee, DJ Gabi Lima e atração surpresa
Entrada gratuita

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