Compesa implanta calendário emergencial diante de crise em Pernambuco

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) implantará, a partir desta sexta-feira (3), um novo calendário emergencial de abastecimento de água, válido para o primeiro trimestre de 2025. A medida ocorre em função da grave crise hídrica enfrentada pelo estado de Pernambuco, que atualmente possui 54 dos 172 mananciais em nível crítico ou de alerta.


Segundo dados divulgados pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o cenário mais preocupante envolve a barragem de Goitá, um dos principais reservatórios que abastecem a Região Metropolitana do Recife, que está com apenas 5,5% de sua capacidade total, caracterizando situação de colapso. Além disso, outras duas barragens fundamentais, Bita e Utinga, encontram-se em estado de pré-colapso, com volumes de 13% e 13,8%, respectivamente.

No Agreste, a situação é igualmente alarmante. A barragem de Jucazinho, que é responsável pelo abastecimento de vários municípios da região, também está em colapso, com apenas 6,85% de acumulação. Essa crise hídrica é atribuída ao inverno de 2024, que registrou chuvas abaixo da média histórica, insuficientes para recompor os níveis dos mananciais.

A Compesa informou que o novo calendário emergencial tem como objetivo otimizar a distribuição da água disponível e minimizar os impactos para a população. As regiões mais afetadas são o Agreste, a Zona da Mata, o Sertão e parte da Região Metropolitana do Recife, onde o nível crítico dos reservatórios exige medidas de racionalização mais severas.

Além da implantação do calendário, a Compesa destacou que está intensificando campanhas de conscientização para o uso racional da água e investindo em obras emergenciais para tentar mitigar os efeitos da estiagem. Entre as ações estão o transporte de água por meio de carros-pipa para as áreas mais afetadas e a interligação de sistemas que ainda possuem reservas.

A crise hídrica em Pernambuco reforça a necessidade de planejamento a longo prazo para garantir a segurança hídrica da população. Especialistas apontam que medidas estruturais, como ampliação de reservatórios e maior incentivo às tecnologias de reúproveitamento de água, são fundamentais para evitar que cenários como este se repitam no futuro.

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