Na madrugada de segunda-feira (30), o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (HECPI), unidade da Secretaria de Saúde do Recife, realizou a captação de córneas de uma paciente de 70 anos. O procedimento ocorreu no último dia do Setembro Verde, um mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos.
A paciente, internada há dois dias na Unidade de Cuidados Paliativos, faleceu na noite de domingo (29). A família, sensibilizada pelo contato da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HECPI, autorizou a doação. Este gesto solidário foi fundamental para a continuidade da captação, que foi realizada em parceria com a Central de Transplantes de Pernambuco.
O HECPI destaca-se por sua estrutura, que possibilita a captação do tecido na própria unidade hospitalar, otimizando tempo e aumentando a eficácia do procedimento. A captação de córneas realizada neste caso foi a sétima efetivada pela equipe da CIHDOTT. Apesar do número significativo, a equipe acredita que a quantidade de doações poderia ser ainda maior se houvesse maior compreensão da população sobre a relevância desse ato.
Marcela Torres, diretora de Cuidados Interdisciplinares do HECPI, ressalta que a idade não é o único fator que determina a elegibilidade para doação. A condição de saúde geral do doador e a viabilidade dos órgãos ou tecidos são aspectos cruciais. “A falta de conhecimento sobre o processo de captação e o medo de descaracterizar o corpo do ente querido são os principais motivos para a recusa da doação. Nossa equipe busca acolher e esclarecer as dúvidas das famílias, enfatizando a importância desse gesto de amor e empatia”, afirma Marcela.
No Brasil, o primeiro trimestre de 2024 registrou 970 doadores de órgãos e tecidos, sendo aproximadamente 15% deles com 65 anos ou mais, segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Atualmente, há 29.711 pessoas aguardando um transplante de córnea no país, conforme informações do Ministério da Saúde. A conscientização sobre a doação é vital para reduzir essa lista de espera e transformar a dor da perda em esperança de uma nova vida para aqueles que necessitam de um transplante.
* Com informação da Assessoria e imagem de Freepik
