O Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI) divulgou recentemente os resultados de uma pesquisa sobre a presença de microplásticos nas praias do litoral pernambucano. Liderada pelos pesquisadores Múcio Banja e Jéssica Mendes, a investigação revelou dados preocupantes que destacam a urgência de ações para combater esse problema ambiental.
A pesquisa, iniciada em 2019 e intensificada em 2022, coletou amostras de sedimentos em praias como Paiva, Suape, Porto de Galinhas e Tamandaré. Os resultados mostraram uma média de mais de 300 fragmentos de microplásticos por 200 ml de sedimento. A praia do Paiva, mesmo sendo uma área reservada e pouco habitada, surpreendeu ao apresentar a maior quantidade de microplásticos, com 695 fragmentos, superando praias turísticas como Porto de Galinhas, que teve 320 fragmentos.
Além dos sedimentos, a pesquisa também explorou a presença de microplásticos em animais marinhos como esponjas. Os resultados preliminares indicam uma quantidade alarmante de microplásticos acumulados nesses organismos, o que ressalta a importância de entender os impactos dessa contaminação na fauna marinha. Jéssica Mendes alertou: "A quantidade de microplásticos encontrados em nossas amostras é extremamente preocupante e representa um sério risco para o ecossistema marinho e para a saúde humana."
Múcio Banja enfatizou que "o impacto dos microplásticos no meio ambiente é muitas vezes subestimado pela população", mas esses fragmentos representam uma ameaça real à vida marinha e ao equilíbrio dos ecossistemas costeiros.
O estudo contou com a coleta de sedimentos por mergulho autônomo, utilizando técnicas de flotação e análise granulométrica para separar e identificar os microplásticos. Os resultados revelaram a presença de 1.406 partículas de microplásticos, sendo o nylon azul o mais prevalente, representando 63% do total.
Os pesquisadores do IATI destacam que esses resultados são apenas o começo de um estudo mais amplo e que ainda há muito a ser investigado. Os dados obtidos exigem ações imediatas para mitigar os efeitos negativos dos microplásticos no ecossistema costeiro.
* Com informação e imagem da Assessoria
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