Angina é o nome dado para a dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração, o que é chamado de isquemia. Ela não é uma doença, mas está relacionada a outras condições que provocam obstrução nas artérias coronárias, responsáveis por levar sangue ao coração. Cerca de 10% a 15% das pessoas com mais de 65 anos terão angina em algum momento da vida.
Segundo o cardiologista do Real Instituto de Cirurgia Cardiovascular (Ricca), Dr. Rodrigo Torres, a maior causa da angina é a aterosclerose, que acontece quando placas de gordura se acumulam dentro das artérias coronárias, responsáveis por levar sangue ao músculo do coração. Ao longo da vida, esse acúmulo de gordura faz com que as artérias se estreitem ou até mesmo fiquem obstruídas. Assim, o coração não recebe os nutrientes necessários, como o oxigênio, por conta da diminuição do fluxo sanguíneo, o que causa dor no peito.
“A angina se manifesta como uma sensação de dor ou desconforto no centro do peito, de localização mal definida, mais comumente descrita como aperto, peso, sufocação, queimação ou estrangulamento. Costuma ser desencadeada por esforço físico, estresse emocional ou frio intenso e é aliviada com repouso, ocorrendo em crises que duram de cinco a quinze minutos. Pode se irradiar para pescoço, braço, ombros, mandíbula ou mais raramente para as costas’, explica.
O diagnóstico inicialmente é clínico, baseado nos sintomas e fatores de risco apresentados pelo paciente, e em seguida alguns exames são utilizados para pesquisar a causa e confirmar o diagnóstico. o exame que confirma definitivamente se a pessoa apresenta obstrução nas artérias coronárias é o cateterismo cardíaco. Em alguns casos, mais recentemente vem ganhando espaço a tomografia computadorizada das artérias coronárias. Esses dois últimos exames têm como desvantagem o uso de contraste à base de iodo.
Além do tratamento dos fatores de risco (controle da pressão e diabetes, cessação do tabagismo), existem vários medicamentos capazes de aliviar os sintomas e até mesmo reduzir a chance de morte ou infarto nos pacientes com angina. Para alívio imediato, são utilizados os nitratos, medicamentos com efeito de dilatar os vasos do coração e usados pela via sublingual durante as crises de angina.
“No consultório, conversamos com paciente e examinamos, podendo identificar quadro de angina. Daí, solicitamos um checkup cardiológico sendo algumas vezes necessário o cateterismo cardíaco para avaliar o fluxo de sangue para o coração”, comenta.
Nesses casos, quem é portador de angina corre riscos de enfartar, caso não realize os procedimentos necessários. Para isso, a Angioplastia Coronária ou Intervenção Coronária Percutânea é o tratamento não cirúrgico mais indicado para os pacientes. Cada vez mais conhecido no Brasil, o procedimento consiste em abrir as obstruções das artérias coronárias por meio de cateter balão, com o objetivo de aumentar o fluxo de sangue para o coração, tanto no infarto agudo como na angina ou quando se detecta obstrução no check up cardiológico.
Ainda de acordo com Tieta, a angioplastia é feita pelo braço ou pela perna. “Identificado o local da obstrução e desobstruído com a colocação de um stent, uma molinha que deixa a artéria aberta, o paciente normalmente recebe alta hospitalar dentro de 24 horas. O procedimento é seguro e possui baixíssimo risco de complicações quando feita por profissionais bem capacitados”, conclui.
CIRURGIA – Quando o caso é cirúrgico, o indicado é a Cirurgia de Revascularização do miocárdio ou Cirurgia de Pontes de Safena. Segundo o cirurgião cardiovascular do Real Instituto de Cirurgia Cardiovascular (Ricca), João Paulo II, nesse tipo de cirurgia o médico ‘confecciona’ pontes de mamária e/ou safena no coração. “O objetivo é aumentar o fluxo de sangue para o miocárdio, músculo cardíaco, tanto no infarto agudo como na angina ou quando se detecta obstrução no check up cardiológico”, explica.
A cirurgia, normalmente, é feita de ‘peito aberto’ ou em casos selecionados por mini acesso torácico. É um procedimento seguro, bastante executado em todo o mundo há décadas e com baixo risco de complicações quando feita por profissionais bem capacitados.
“Além do benefício do reestabelecimento de fluxo na região, outros fatores ligados à liberação de substâncias intrínsecas ao enxerto de mamária no sistema coronariano são observados”, explica, acrescentando que é importante que o paciente procure profissionais que possuam título de especialista e formação de ponta em instituições reconhecidas.
SERVIÇO:
Real Instituto de Cirurgia Cardiovascular (Ricca)
Endereço: Av. Agamenon Magalhães, 4760 – Real Hospital Português, Ed. Portugal – 1° andar
Instagram: @ricca_rhp
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